Tira-dúvidas vacinação simultânea gripe e Covid-19

Neste ano, vacinas contra a gripe e Covid-19 podem ser aplicadas simultaneamente em maiores de 12 anos (Foto: Agência Brasil)

No início de abril, o Ministério da Saúde deu início à tradicional campanha de vacinação contra a gripe (Influenza), que ocorrerá em paralelo à imunização contra a Covid-19. Diferentemente do ano passado, em que o órgão federal recomendava intervalo mínimo de 14 dias entre os imunizantes, neste ano pode-se tomar as duas vacinas simultaneamente.

A Prefeitura de Curitiba iniciou a vacinação do primeiro grupo prioritário, composto por idosos com mais de 60 anos e profissionais de saúde, já oferecendo a vacina contra a gripe e a quarta da dose do imunizante contra a Covid no mesmo dia.

“Esse intervalo caiu para maiores de 12 anos. A única ressalva é para quem teve Covid ou sintomas de Covid, que deve aguardar pelo menos 30 dias para receber as vacinas. Já para crianças entre 5 a 11 anos, permanece o intervalo de 15 dias”, explica o clínico geral Gustavo Nunes de Aguiar.

A primeira etapa da campanha ocorreu entre os dias 4 e 30 de abril. Já o segundo grupo prioritário – composto por crianças de 6 meses a 5 anos; gestantes e puérperas; pessoas com deficiência; professores; forças de segurança, dentre outros – começou a ser imunizado em 2 de maio e terá até 3 de junho para receber a vacina.

Nutricionista lança manual de nutrição para ostomizados

Em parceria com a Associação Paranaense dos Ostomizados, a nutricionista clínica Franciele Freitas elaborou um manual de nutrição para pacientes ostomizados. O material traz explicações gerais sobre os diferentes tipos de ostomia e, em seguida, uma série de orientações sobre a alimentação adequada para pessoas com ostomia, abordando também situações específicas que podem estar ligadas ao dia a dia dos pacientes, como diarreia, constipação e intolerância a lactose.

Para baixar gratuitamente o manual, clique aqui.

A nutricionista também criou um livro de receitas saudáveis, direcionado tanto a ostomizados quanto não ostomizados que desejam alcançar melhor qualidade de vida por meio da alimentação. No material, também gratuito, há desde receitas salgadas e doces a sucos, raspadinhas e sorvetes. Para baixar o livro de receitas saudáveis, clique aqui.

A invisibilidade do câncer colorretal

No dia 27 de março, celebra-se o Dia Nacional de Combate ao Câncer Colorretal  (Foto: Freepik)

Mesmo que pouco divulgado, o câncer colorretal é o segundo tipo de câncer que mais atinge a população brasileira e o terceiro mais comum no mundo. A doença, quando diagnosticada precocemente, tem grandes de chances de cura. Atualmente, o câncer de cólon, como também é conhecido, é uma das principais causas das cirurgias de estomia.

O tema precisa ser mais discutido e popularizado, de maneira a conscientizar a sociedade e alertar sobre a importância do diagnóstico e tratamento precoces do câncer colorretal.

Uma forma de se prevenir é por meio do exame de colonoscopia, que deve ser feito a cada dez anos, a partir dos 50 anos de idade. Esse espaço de tempo será seguido caso o paciente não apresente características que exijam uma atenção extra. Em todas as situações, as pessoas precisam estar em dia com a saúde.

Uma rotina saudável pode evitar o desenvolvimento da doença. Realizar atividades físicas, manter um nível adequado de vitamina D e manter de três a cinco refeições por dia baseadas em fibras, frutas, legumes, verduras, grãos e carnes brancas são alguns dos cuidados que podem evitar casos de câncer colorretal. Com uma dieta balanceada, atividades físicas e visitas preventivas ao médico, aumentam as chances de prevenção e/ou diagnóstico precoces da doença. Uma vez diagnosticado em um estágio inicial, esse tipo de câncer tem 80% de chances de cura!

Vale ressaltar que a partir de 2010, quando o Instituto Nacional do Câncer (INCA) começou a participar do movimento “Outubro Rosa”, o número de mamografias aumentou em 37%. Com informação, prevenção e tratamento, podemos colaborar para a mudança da realidade do câncer de cólon também!

Já está mais do que na hora de aproveitarmos datas importantes como o dia 27 de março, Dia Nacional de Combate ao Câncer Colorretal, ou o “Setembro Verde”, campanha que tem como proposta conscientizar a sociedade e alertar sobre a importância do diagnóstico e tratamento precoces do câncer colorretal, além de fomentar de todas as formas possíveis a prevenção e o diagnóstico do câncer colorretal, contribuindo para diminuir ainda mais os óbitos causados por essa doença. 

Bate-papo com Neusa Dolci, voluntária mais antiga da Associação Paranaense dos Ostomizados

Neusa Lemes Guimarães Dolci participou da reunião de inauguração da APO, em 1989

Voluntária na Associação Paranaense dos Ostomizados há mais de 30 anos, Neusa Lemes Guimarães Dolci, de 79 anos, permanece atuando no dia a dia da APO. Ileostomizada desde 1984, ela já exerceu vários cargos na diretoria e atualmente ocupa o posto de 2ª conselheira fiscal, além de ajudar nos atendimentos diários aos ostomizados na sede da associação.

Após passar por grandes dificuldades nos primeiros anos pós-cirurgia, principalmente por falta de apoio e de informações capazes de trazer melhor qualidade de vida dentro de sua nova condição, ela nunca deixou de dedicar tempo ao trabalho voluntário para melhorar a vida dos ostomizados paranaenses recém-operados.

Leia a seguir a entrevista do Jornal APO com Neusa Dolci:

Em primeiro lugar, gostaria que a senhora contasse um pouco sobre como conheceu a associação e como tem sido sua atuação no dia a dia da APO desde então.

Neusa Dolci: Eu me operei antes da fundação da APO. A associação foi fundada em 20 de janeiro de 1989, e nessa época eu já tinha feito a cirurgia há alguns anos. O médico que me operou era muito bom e, graças a Deus, deu tudo certo. Mas fiquei um bom tempo sem nenhum apoio. A gente não tinha informação nenhuma sobre como levar essa nova condição de vida. Eu não entendia o que estava acontecendo, e demorou até cair a ficha.

Eu assisti a primeira reunião com o fundador da associação. Não tínhamos sede, a gente fazia as reuniões na Câmara dos Vereadores. Depois que a associação foi criada, tudo melhorou. Ali eu conheci pessoas muito importantes que contribuíram enormemente em minha vida.

Se comparar com aquela época, de uma forma geral tudo é mais fácil hoje. Eu sempre falo para as pessoas que chegam na associação, muitas vezes preocupadas – e claro, é uma preocupação, não é fácil para a gente que passou pela cirurgia –, que hoje tudo é muito mais fácil. Podemos escolher o modelo e a marca dos equipamentos que queremos, temos estomaterapeuta à disposição. Hoje nós estamos no primeiro mundo!

Além disso, estamos bem mais amparados pelas leis, pela tecnologia, pela enfermagem. Hoje, por exemplo, as pessoas têm o luxo de ter estomaterapeutas disponíveis para atender na associação todos os dias, pessoas formadas prontas para atender gratuitamente. Pelo que eu passei, nós estamos no céu! Não tinha informação, não tinha para onde ir.

Sua experiência com o voluntariado contribuiu para seu bem-estar como ostomizada?

Neusa Dolci: Com certeza! Comecei há 30 anos, mas todos os dias continuam sendo maravilhosos. Cada dia que se faz o voluntariado é uma experiência primeiramente para nós, e depois para quem podemos ajudar. Tem pessoas que chegam na associação, e ao conversar com elas conseguimos tranquilizá-las e mostrar que elas vão superar essa fase.

Agora, recentemente, na primeira reunião que tivemos desde o começo da pandemia, eu fiz o cafezinho para os participantes. Isso me fez tão bem. No ano passado, passei por um momento difícil de saúde, aí entraram as questões da pandemia junto. Foi muito difícil, então quando voltei para a associação, pensei: “Ah, meu Deus, estou em casa!”. Como é bom ver de novo as pessoas, estar presente no dia a dia.

Qual é sua expectativa quanto ao futuro da associação?

Neusa Dolci: Pelo que a gente está vendo nesses poucos dias no voluntariado pós-pandemia, é um momento para revolucionar. Estamos vendo novas pessoas chegando, a associação está crescendo, está sendo cada vez mais divulgada e conhecida.

Percebo também que o pessoal está bem motivado, está havendo um movimento em que estamos vendo que o futuro vai ser muito abençoado. O movimento de pessoas está sendo grande, as empresas fabricantes de produtos para ostomia também estão dando um apoio muito grande e, graças a Deus, não está faltando materiais de ostomia para distribuirmos para as pessoas que precisam, isso é muito importante.

Se a gente olhar para trás, por tudo o que a gente ralou, hoje estamos muito bem e a expectativa é de avançar cada vez mais!