Tire suas dúvidas sobre a vacinação contra a gripe (Influenza), que terá início em abril

Por: Gabriel Sestrem

A campanha nacional de imunização contra o vírus da gripe terá início em abril em todo o país de forma simultânea à vacinação contra a Covid-19. De acordo com o Ministério da Saúde, 80 milhões de pessoas deverão ser vacinadas no período de abril até agosto – tradicionalmente as campanhas buscam cumprir o cronograma até o início do inverno, quando o vírus se espalha com mais facilidade, porém com a imunização contra a Covid-19 em andamento, o calendário pode se estender até agosto.

A vacina da gripe é indicada para proteger contra o vírus da Influenza, que é responsável por causar sintomas como febre alta, cefaleia e dores musculares. Esses sintomas podem perdurar por vários dias ou até semanas, e o quadro da doença pode se tornar grave caso atinja pessoas com idade avançada ou que convivem com doenças crônicas. Especificamente em 2021, a campanha será dividida em três etapas:

  • Primeira fase: idosos a partir de 60 anos e profissionais de saúde;
  • Segunda fase: portadores de doenças crônicas não transmissíveis, caminhoneiros, motoristas de transporte coletivo e portuários, profissionais das forças de segurança e salvamento, adolescentes e jovens entre 12 e 21 anos sob medidas socioeducativas, população privada de liberdade e povos indígenas;
  • Terceira fase: crianças entre 6 meses e 6 anos, grávidas, mães no período pós-parto, pessoas com deficiência, professores de escolas públicas e privadas e pessoas entre 55 e 59 anos.

“A vacinação contra a gripe é muito importante, pois previne complicações graves decorrentes do vírus Influenza. Muitos pacientes ficam confusos por terem sintomas gripais leves, o que é possível e comum, mesmo tendo sido imunizados. Mas a grande questão é prevenir casos graves, como pneumonias e, consequentemente, mortalidade ou desfechos que causem maior morbidade”, explica o clínico geral Gustavo Nunes de Aguiar. O médico destaca que a vacina da gripe pode ser aplicada em qualquer grupo, desde os seis meses de idade. A única exceção é para quem possui alergia a algum componente da vacina.

VACINA DA GRIPE E COVID-19

É possível e recomendado receber as duas imunizações – contra a gripe e contra o coronavírus. A única ressalva feita pelo Ministério da Saúde é que, como ainda não existem estudos sobre a coadministração das vacinas, elas não devem ser aplicadas sem um intervalo mínimo de 14 dias. Destaca-se que os dois imunizantes são utilizados para finalidades diferentes, e a vacina contra a gripe (Influenza) não protege contra o coronavirus.

“É muito importante que quem já se imunizou contra a Covid-19 também seja vacinado contra a gripe. Estamos em um momento crítico da pandemia, com os sistemas de saúde entrando em colapso, leitos de UTI escassos e quanto menos pacientes tivermos em risco de internamento por gripe, melhor. Outra vantagem é que os casos de COVID-19 serão mais facilmente identificados clinicamente, pois os sintomas respiratórios de uma ou de outra são muito semelhantes e podem confundir no momento inicial da suspeita clínica”, afirma Gustavo.

ONDE RECEBER A IMUNIZAÇÃO?

É possível receber a vacina contra o vírus Influenza tanto pela rede pública quanto em clínicas particulares. A vacina presente nas unidades de saúde é trivalente, isto é, protege contra três cepas/variantes do vírus. Por outro lado, o imunizante presente nas clínicas particulares é  tetravalente – protege contra quatro cepas do vírus e, consequentemente, oferece maior proteção.

“É importante salientar que a vacina fornecida pelo SUS tem eficácia reconhecida e gera proteção suficiente para diminuir internamentos, morbidade e mortalidade, não sendo necessário pagar para ter a particular em detrimento da pública, caso o paciente tenha acesso à disponibilizada pelo SUS”, diz Gustavo. O clínico geral destaca, no entanto, que na rede pública não existem doses suficientes para todos os grupos, somente para os prioritários. “O que se costuma fazer nas unidades de saúde é liberar doses para grupos não-prioritários somente quando sobram doses. Mesmo havendo essa priorização, é importante salientar que, tendo a oportunidade, qualquer pessoa com mais de seis meses de idade pode vacinar-se”.