APO tem nova nutricionista para atendimento gratuito a ostomizados

Aline dos Santos atuou durante cinco anos como nutricionista hospitalar, e desde 2020 se dedica exclusivamente ao atendimento em consultório de pessoas que buscam emagrecimento e controle de doenças crônicas.

A nutricionista clínica Aline Fernanda de Souza dos Santos é a nova profissional de nutrição dedicada ao atendimento dos ostomizados na APO. Pós-graduada em Atenção Hospitalar pela UFPR, Aline atende na sede da associação em duas quintas-feiras por mês, das 14h às 17h. Os atendimentos, que são gratuitos, ocorrem por ordem de chegada ou por agendamento. Pacientes que desejem agendar previamente as consultas devem entrar em contato pelo WhatsApp 41-99517-2214.

Durante os atendimentos, a nutricionista avaliará o histórico de saúde do paciente e como a alimentação poderá ser ajustada, visando melhorar sintomas e contribuir com a qualidade de vida do ostomizado. Em seguida, será elaborada uma estrutura de alimentação e rotina eficiente e, quando necessário, será prescrita suplementação.

“Compreender sobre nutrição é fundamental para o ostomizado, porque nessa fase existirão mudanças quanto à necessidade e absorção de nutrientes. Além disso, é importante que a pessoa tenha consciência da relação com o próprio corpo e com a comida, já que a doença de base e o emocional podem alterar o apetite ou a vontade de comer certos alimentos”, diz Aline. “Toda essa complexidade pode ser simplificada com o acompanhamento nutricional adequado, trazendo mais qualidade de vida para o paciente”.

Acompanhe a nutricionista nas redes sociais pelo Instragram @nut.aline

Saiba mais sobre as cirurgias de reversão de ostomia

No dia 16 maio, o ator Luciano Szafir fez a cirurgia de reversão da colostomia após ficar 10 meses utilizando a bolsa coletora. O ator, submetido à cirurgia de colostomia em junho de 2021, trouxe luz à causa dos ostomizados, em especial após desfilar na São Paulo Fashion Week, no ano passado, exibindo o equipamento coletor. A divulgação de sua cirurgia de reversão pela imprensa, entretanto, trouxe dúvidas a respeito do assunto.

Para trazer mais informações sobre o tema, o Jornal APO conversou com a cirurgiā oncológica Fernanda Kinceski Pina, que atua com cirurgia colorretal.

Luciano Szafir desfila na São Paulo Fashion Week com bolsa de ostomia. Ator fez cirurgia de reversão em maio (Foto: Cauê Moreno/Divulgação)

Jornal APO: Quais tipos de ostomia são possíveis de serem revertidas?

Dra. Fernanda Pina: Temos as ostomias de eliminação (ileostomia e colostomia para fezes, e urostomia para urina); as de alimentação, como a gastrostomia e jejunostomia, e as que auxiliam na respiração – a traqueostomia. Todas elas podem ser provisórias ou definitivas, e essa condição é individualizada de acordo com a condição clínica e a doença de cada paciente.

Tratando das ostomias de eliminação intestinal, como as colostomias e ileostomias, quando realizadas em caráter provisório elas têm o potencial de serem revertidas. As urostomias também dependem da condição base do paciente que levou à necessidade da confecção dessa ostomia, além da quantidade e funcionalidade de bexiga remanescente. O médico responsável pelo paciente é o mais indicado para determinar se a reversão é possível, quando deve ser feita e quais exames deverão ser realizados antes do procedimento.

Jornal APO: Em quais casos pode-se reverter e em quais casos não é possível ou recomendável fazer a reversão?

Dra. Fernanda Pina: Nos casos em que a colostomia ou ileostomia foi programada para ser provisória é possível o planejamento da reversão. Diversos fatores devem ser considerados antes da reversão, como o motivo pelo qual a ostomia foi necessária, o desejo do paciente quanto à reversão, a adaptação do paciente à ostomia e status do trânsito intestinal. Mas enquanto a via natural de evacuação não pode ser usada, a ostomia deve ser mantida.

Quanto às urostomias, nos casos em que a bexiga foi parcialmente removida ou em que o sistema urinário pode ter sua função normal reestabelecida há a possibilidade de se avaliar a reversão. 

Nos casos em que a doença ou a sequela decorrente do tratamento tornam a via natural de evacuação ou de diurese danificada ou ineficiente de forma definitiva, há a necessidade do uso permanente da ostomia, e nesses casos a reversão não é possível.

Dra. Fernanda Kinceski Pina, médica cirurgiā oncológica

Jornal APO: Como é a cirurgia de reversão?

Dra. Fernanda Pina: Para que a reversão ocorra, o paciente precisa ser submetido a uma nova cirurgia que pode ser por via convencional ou aberta (com necessidade de corte), ou por via minimamente invasiva, como a videolaparoscopia, em que são realizados pequenos orifícios no abdómen.

Jornal APO: Quais são os principais riscos da cirurgia ou no pós-operatório?

Dra. Fernanda Pina: O principal risco das cirurgias de reversão de ostomias intestinais é a infecção intra-abdominal por deiscências intestinais (quando ocorre uma infecção dentro da barriga pelo vazamento da costura intestinal realizada para reestabelecer o trânsito intestinal). Além disso, complicações como sangramentos, pneumonia, trombose e complicações anestésicas podem acontecer como em qualquer outro procedimento cirúrgico. No pós-operatório, as principais complicações são infecção na região da pele em que estava a ostomia e incontinência fecal que pode ser transitória ou permanente.

Já as principais complicações da reversão da urostomia são a deiscência das suturas (quando os pontos da reconexão da via urinária se soltam e a urina vaza para a cavidade abdominal), incontinência urinaria e a infecção da pele onde estava a ostomia.

Jornal APO: Essa cirurgia é coberta pelo SUS?

Dra. Fernanda Pina: Sim. As cirurgias de reversão de todas as ostomias são cobertas pelo SUS. Mesmo que o paciente tenha feito sua cirurgia inicial pelo convênio ou particular, se houver necessidade de continuidade do tratamento pelo SUS, o paciente tem esse direito.

A invisibilidade do câncer colorretal

No dia 27 de março, celebra-se o Dia Nacional de Combate ao Câncer Colorretal  (Foto: Freepik)

Mesmo que pouco divulgado, o câncer colorretal é o segundo tipo de câncer que mais atinge a população brasileira e o terceiro mais comum no mundo. A doença, quando diagnosticada precocemente, tem grandes de chances de cura. Atualmente, o câncer de cólon, como também é conhecido, é uma das principais causas das cirurgias de estomia.

O tema precisa ser mais discutido e popularizado, de maneira a conscientizar a sociedade e alertar sobre a importância do diagnóstico e tratamento precoces do câncer colorretal.

Uma forma de se prevenir é por meio do exame de colonoscopia, que deve ser feito a cada dez anos, a partir dos 50 anos de idade. Esse espaço de tempo será seguido caso o paciente não apresente características que exijam uma atenção extra. Em todas as situações, as pessoas precisam estar em dia com a saúde.

Uma rotina saudável pode evitar o desenvolvimento da doença. Realizar atividades físicas, manter um nível adequado de vitamina D e manter de três a cinco refeições por dia baseadas em fibras, frutas, legumes, verduras, grãos e carnes brancas são alguns dos cuidados que podem evitar casos de câncer colorretal. Com uma dieta balanceada, atividades físicas e visitas preventivas ao médico, aumentam as chances de prevenção e/ou diagnóstico precoces da doença. Uma vez diagnosticado em um estágio inicial, esse tipo de câncer tem 80% de chances de cura!

Vale ressaltar que a partir de 2010, quando o Instituto Nacional do Câncer (INCA) começou a participar do movimento “Outubro Rosa”, o número de mamografias aumentou em 37%. Com informação, prevenção e tratamento, podemos colaborar para a mudança da realidade do câncer de cólon também!

Já está mais do que na hora de aproveitarmos datas importantes como o dia 27 de março, Dia Nacional de Combate ao Câncer Colorretal, ou o “Setembro Verde”, campanha que tem como proposta conscientizar a sociedade e alertar sobre a importância do diagnóstico e tratamento precoces do câncer colorretal, além de fomentar de todas as formas possíveis a prevenção e o diagnóstico do câncer colorretal, contribuindo para diminuir ainda mais os óbitos causados por essa doença. 

A Páscoa, o coração e os peixes

O consumo de peixe aumenta consideravelmente na Páscoa, porém, essa proteína de alta qualidade, rica em vitaminas e minerais deveria ser consumida mais vezes durante o ano, e não apenas em uma época. 

Seja de rio ou de mar, fresco, seco ou congelado, os peixes têm diversos benefícios à nossa saúde, são fontes de proteínas, substâncias fundamentais para construção e reparação dos nossos tecidos corporais. No geral, os peixe possuem gorduras boas (insaturadas) e principalmente o atum, sardinha, truta, bacalhau e arenque têm uma boa proporção de ômega 3, que ajuda a controlar e reduzir os níveis de triglicerídeos e colesterol do sangue, o que ajuda reduzir as chances de problemas relacionados ao coração.

Comparado as carnes vermelhas, os peixes possuem menos gorduras maléficas, sendo ótimos substitutos, mais saudáveis e melhor digeridos pelo corpo. Mas atenção à forma de preparo, prefira o consumo do peixe assado, cozido, ensopado ou grelhado e o evite ele frito.

Como escolher os peixes?

Peixes frescos: devem estar sob refrigeração e apresentar escamas bem aderidas ou couro íntegro, guelras róseas e olhos brilhantes e transparentes;

Peixes congelados: devem estar devidamente embalados e conservados em temperaturas adequadas. Evite adquirir aqueles que apresentam acúmulo de água ou gelo na embalagem, pois podem ter sido descongelados e congelados novamente;

Peixes secos: devem estar armazenados em locais limpos, protegidos de poeira e insetos, sem ovos ou larvas, mofo, manchas escuras ou avermelhadas e a superfície deve estar sem limosidade e odor desagradável.

Chocolate

O chocolate é um alimento rico em gorduras e açúcares, porém, quanto maior a quantidade de cacau (amargo) presente nele, maior a quantidade de flavonóis, antioxidantes importantes na redução de riscos para doenças cardiovasculares, pois atuam nos fatores para o desenvolvimento delas, como pressão arterial, estado inflamatório e lipídios no sangue, ou seja, dentro de uma alimentação saudável, equilibrada e em pequenas quantidades, o chocolate pode e deve ser consumido.

Dicas para a Páscoa:

– Prefira as versões com alto teor de cacau (70% ou mais);

– Consuma pequenas quantidades de chocolate ao longo dos dias e não tudo o que ganhar na no mesmo dia;

– Devido a quantidade de gordura presente nele, o consumo de grandes quantidades, pode desencadear sintomas desagradáveis como cólicas e diarreia;

– Faça receita com as “sobras” de chocolate, reinvente, use sua imaginação para transformá-lo em outros pratos deliciosos e dividir com a família.

Elaborado por: Nutricionista voluntária APO 2021 Caroline Carvalho dos Santos CRN 8 11845.

Fontes: M.S. Guia alimentar para a população brasileira. 2ed.2014. <https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_alimentar_populacao_brasileira_2ed.pdf>. Acesso em: 29 de março de 2021.

OLIVEIRA, A. M., SILVA, F. M. Dietoterapia nas doenças do adulto. 1. ed. Rio de Janeiro: Rubio, 2018.p. 455.