Desde o final de fevereiro, a Associação Paranaense dos Ostomizados conta com uma nova nutricionista em seu quadro de profissionais voluntários, que atendem os pacientes ostomizados gratuitamente. Franciele Freitas, que está em processo de conclusão da pós-graduação em Oncologia e Hematologia, atende todas as quintas-feiras, entre 14h e 17h.
Ao Jornal APO, a nutricionista destacou a importância de a pessoa com ostomia ter um acompanhamento nutricional para evitar complicações e obter melhor qualidade de vida. “Independentemente de a ostomia ser temporária ou definitiva, a nutrição tem o papel de trazer vários benefícios a esses pacientes. Com isso ele desenvolverá a autonomia para manter seu estado nutricional de forma segura e saudável, dentro do seu padrão vida e das suas condições, e evitará problemas comuns, como diarreia, constipação e gases”, afirma.
Depois de dois anos sem os tradicionais encontros mensais na Associação Paranaense dos Ostomizados devido à pandemia da Covid-19, no dia 24 de fevereiro houve o retorno às reuniões mensais. Mesmo com número limitado de pessoas para cumprir as medidas de distanciamento social, todos os lugares disponíveis foram preenchidos.
“Tenho certeza de que esse retorno foi de uma emoção muito grande para todas as pessoas que participaram e principalmente para os voluntários da associação que estavam lá”, afirma a presidente da APO, Luiza Helena Ferreira Silveira. “O mais importante é a sensação de que as coisas vão começar a voltar à realidade. É uma sensação muito diferente. Muitas vezes ficamos pensando ‘será que algum dia vamos voltar ao normal?’. E agora já temos essa esperança”, ressalta.
Os encontros mensais deste ano estão programados para todas as últimas quintas-feiras de cada mês na sede da APO e são abertos a todo o público – ostomizados, familiares, associados, voluntários e demais interessados. A próxima reunião será realizada no dia 24 de março a partir das 14h.
Disbiose intestinal é uma alteração no equilíbrio do microbioma intestinal, que é o conjunto de todos os microrganismos e o ambiente onde eles vivem e competem entre si. Ou seja, no intestino delgado e grosso convivem uma infinidade de seres microscópicos, com funções fisiológicas importantes, como: produção de vitaminas K, B e folato (mediação DNA); absorção de vitamina D para a saúde dos ossos; degradação do amido; produção de ácidos biliares secundários e ácidos graxos de cadeia curta que contribuem na manutenção do pH (acidez) intestinal.
Muitos fatores alteram o equilíbrio do microbioma intestinal causando disbiose, algumas na origem, como hereditariedade e tipo de alimentação do recém-nascido, outras adquiridas com maus hábitos de alimentação, medicamentos, entre outros. A pessoa que passou por uma cirurgia de ileostomia/colostomia pode ser mais sensível à disbiose intestinal, e se beneficiará ao dar atenção especial a essa questão.
Há uma importante conexão entre o intestino e o encéfalo na modulação do humor e estresse. Alguns neurotransmissores, como a dopamina e a serotonina, atuam regulando humor, sono, apetite, ritmo cardíaco, temperatura corporal, sensibilidade e funções cognitivas e, por isso, quando se encontram numa concentração baixa ou elevada (alterada), podem causar mau humor, dificuldade para dormir, ansiedade ou até mesmo depressão.
A alimentação exerce muita influência e sabemos que os microrganismos têm preferências alimentares bem diversas. Os saudáveis têm preferência por alimentos naturais como legumes, verduras, frutas, grãos, entre outros; já os maléficos para a saúde se alimentam de produtos industrializados, ultraprocessados, medicamentos como antibióticos e outros.
O trigo, alimento muitas vezes considerado saudável para o corpo humano, na verdade não o é, assim como os alimentos com farinha de trigo integral. Alimentos isentos de glúten são benéficos, principalmente sem o glúten do trigo, que foi altamente modificado geneticamente para ser mais produtivo comercialmente e utilizável na culinária.
Para algumas pessoas, os laticínios de vaca podem ser vilões na hora da digestão. Não somente pelo açúcar que é a lactose, mas também por conta da proteína caseína que não é digerida pelo nosso organismo. Quando puder, opte por substituir.
Se você tem sintomas de intestino disbiótico, intestino preso ou muito solto, estufamento ou outro tipo de mal-estar, tente mudar os hábitos alimentares começando por retirar o trigo e derivados do leite de vaca de sua dieta.
Desde sua fundação, há 33 anos, a APO oferece atendimento de enfermagem gratuito a pessoas com ostomia em sua sede. Os atendimentos são direcionados tanto a recém-ostomizados, que precisam de orientações para lidarem bem com a nova condição de vida quanto a pessoas que já convivem com o ostoma há mais tempo.
Os atendimentos, que ocorrem todos os dias da semana durante o expediente da APO (14h às 17h), são viabilizados a partir da parceria com as seguintes empresas fabricantes de produtos para ostomia: B. Braun, Coloplast, Convatec, Hollister e Salts Healthcare. Essas empresas disponibilizam enfermeiras dos seus quadros de funcionários para estarem à disposição dos ostomizados atendidos pela APO.
“Há o primeiro atendimento, com os primeiros cuidados e orientações sobre toda a questão da ostomia. Mas o paciente pode continuar sendo atendido na associação. Há pacientes que vão semanalmente, enquanto outros vão uma ou duas vezes apenas para obter esse primeiro apoio necessário”, diz Luiza Helena Ferreira Silveira, presidente da associação.
Conheça abaixo as enfermeiras que fazem parte do quadro de atendimento da APO.
“Além de o paciente receber as informações necessárias, no atendimento há a avaliação da pele e do tipo de estoma. Isso minimiza as complicações que a pessoa poderia ter. Com o equipamento correto, o paciente tem melhor qualidade de vida e volta a desenvolver as atividades do cotidiano quase que na sua totalidade, diminuindo assim eventuais depressões ou isolamento e melhorando seu bem-estar. O serviço prestado na associação dá a todos, gratuitamente, acesso a informações qualificadas, além de oferecer equipamentos e adjuvantes que, na avaliação, julgamos necessário para cada caso”.
“A APO presta um excelente trabalho aos ostomizados, trazendo apoio em um momento desafiador, de muitas mudanças nos hábitos de vida, e que pode refletir na autoestima destes pacientes.
No atendimento, buscamos promover o cuidado especializado trazendo qualidade de vida a cada um desses usuários que nos procuram.
É um trabalho extremamente gratificante, que nos traz aprendizado e muitas oportunidades de realizar um cuidado centrado na pessoa e na sua família”.