Mantendo a pele ao redor do estoma saudável

O ajuste e a formulação são essenciais para manter a pele saudável (Crédito: Hollister)

Para que possamos entender quais são os recursos para manter a pele ao redor do estoma saudável desde o primeiro dia, é preciso uma avaliação de um profissional especializado que aborde as necessidades individuais, adequando o equipamento compatível com as características da estomia e priorizando equipamentos de alta tecnologia para proporcionar adaptação, conforto e segurança. O ajuste e a formulação são essenciais para manter a pele saudável. Sendo assim, vamos definir esses conceitos:          

As complicações afetam cerca de 80% das pessoas com estomia, ocasionando um impacto negativo na pele e levando muitas pessoas ao isolamento social por consequência de fatores que podem ser totalmente evitados.

É possível definir a indicação do equipamento através de uma avaliação individualizada e personalizada de acordo com a necessidade de cada paciente. A avaliação abrange localização da estomia, presença de pregas cutâneas, flacidez abdominal, consistência do efluente, características do estoma  (acima do nível da pele, no nível da pele ou abaixo do nível da pele ao redor do estoma), saída do efluente descentralizada, presença da haste de sustentação que possa dificultar um ajuste adequado, se está sendo submetido a tratamentos quimioterápicos ou radioterápicos, presença de hérnia e prolapso, etc. Após avaliar esses fatores, podemos definir qual equipamento é mais indicado de acordo com as características individuais de cada pessoa com estomia, com o objetivo de proporcionar melhor vedação e ajuste, segurança e conforto, evitando vazamentos e mantendo a pele saudável.

Alimentação no inverno

Atenção: Nem todos os alimentos descritos neste texto podem ser ingeridos por todos os ostomizados. Antes de alterar qualquer hábito alimentar, orientamos conversar antes com seu nutricionista. A APO oferece atendimento nutricional gratuito às quintas-feiras (entre 14h e 17h) na sede da associação.

O inverno é um tempo propício para ajustarmos nossa alimentação a dois fatores importantíssimos: o aumento da fome e as condições de saúde respiratória associadas à baixa do sistema imunológico. Mas por que isso acontece? Nos períodos de baixa temperatura nosso organismo gasta mais energia para se manter aquecido, e como forma de compensação e de concentração de macronutrientes, o corpo aciona o desejo por alimentos com maior aporte de gorduras e de açúcares por serem fontes de energia rápida. Sendo assim, não podemos deixar de lado a preocupação com a alimentação ou carregar esse período com carências emocionais, que para muitos justificam o excesso alimentar. O ideal é buscar uma alimentação saudável e se manter em forma sem deixar de viver os prazeres gastronômicos desta época.

Uma boa estratégia para nos aquecer no inverno é a ingestão de alimentos mais quentes e – para quem pode – alimentos picantes. De forma simples, é trocar saladas frias por preparações refogadas, grelhadas ou assadas e usar temperos como coentro, pimenta, cominho, curry, páprica picante, gengibre, cebola e canela: alimentos com propriedades termogênicas, que significam um maior aquecimento e aumento do gasto calórico nas refeições. Feijões e grãos integrais, batatas, sementes e frutas oleaginosas como castanhas, nozes e amêndoas também podem ser muito utilizados neste período! Bebidas quentes, chás, cafés sem açúcar e frutas aquecidas são opções para os lanches no inverno.

O chocolate também é desejado nessa época, mas precisamos nos preocupar com sua composição, que é basicamente açúcar e gorduras. O limite de consumo de chocolate é de 35g (uma barra pequena) e preferencialmente nas versões amargo ou meio amargo. Para o chocolate quente, opte por leite desnatado ou leite de vegetais com o cacau ou chocolate em pó sem adição de açúcar na preparação.

Nos meses de inverno também precisamos ter um cuidado maior com a saúde respiratória, por conta da maior incidência de gripes e resfriados. Para aumentar a atuação do nosso sistema imunológico é imprescindível o consumo de alimentos fonte de vitamina C, pois ela tem a propriedade de ativar e aumentar a capacidade proliferativa das células imunológicas, preparando o organismo para se defender das doenças do inverno. Esses alimentos são encontrados em maior concentração nas frutas frescas, principalmente as cítricas como a laranja, acerola, manga, limão, maracujá, abacaxi, kiwi e morango.

Se você já adquiriu gripe ou resfriado, alguns alimentos auxiliam a diminuir os sintomas. As sopas quentes ajudam a acalmar a garganta, e, com moderação, o sal presente na receita pode diminuir o risco de desidratação em caso de febre. Adicionar alho em maior concentração nas preparações destrói alguns vírus da gripe, além de ser considerado um ótimo antioxidante. A mostarda e a pimenta, que possuem substâncias químicas que dissolvem as secreções e descongestionam as vias aéreas, além de ervas e plantas como salsa, malva, eucalipto, gengibre e guaco são eficazes nos sintomas de dificuldade nasal, irritação, inflamação de garganta e tosses. Esses alimentos podem ser aproveitados na forma de chás, inalações ou gargarejos.

Não menos importantes, a atividade física e o consumo de água neste período aumentam o metabolismo e nos deixam mais dispostos para enfrentar os dias frios. A reorganização da alimentação e os exercícios precisam sempre fazer parte da nossa rotina, em qualquer estação do ano, pois está mais do que comprovado que a união de ambos é necessária para nossa saúde e para todos os processos de envelhecimento saudável.

Tira-dúvidas vacinação simultânea gripe e Covid-19

Neste ano, vacinas contra a gripe e Covid-19 podem ser aplicadas simultaneamente em maiores de 12 anos (Foto: Agência Brasil)

No início de abril, o Ministério da Saúde deu início à tradicional campanha de vacinação contra a gripe (Influenza), que ocorrerá em paralelo à imunização contra a Covid-19. Diferentemente do ano passado, em que o órgão federal recomendava intervalo mínimo de 14 dias entre os imunizantes, neste ano pode-se tomar as duas vacinas simultaneamente.

A Prefeitura de Curitiba iniciou a vacinação do primeiro grupo prioritário, composto por idosos com mais de 60 anos e profissionais de saúde, já oferecendo a vacina contra a gripe e a quarta da dose do imunizante contra a Covid no mesmo dia.

“Esse intervalo caiu para maiores de 12 anos. A única ressalva é para quem teve Covid ou sintomas de Covid, que deve aguardar pelo menos 30 dias para receber as vacinas. Já para crianças entre 5 a 11 anos, permanece o intervalo de 15 dias”, explica o clínico geral Gustavo Nunes de Aguiar.

A primeira etapa da campanha ocorreu entre os dias 4 e 30 de abril. Já o segundo grupo prioritário – composto por crianças de 6 meses a 5 anos; gestantes e puérperas; pessoas com deficiência; professores; forças de segurança, dentre outros – começou a ser imunizado em 2 de maio e terá até 3 de junho para receber a vacina.

Bate-papo com Neusa Dolci, voluntária mais antiga da Associação Paranaense dos Ostomizados

Neusa Lemes Guimarães Dolci participou da reunião de inauguração da APO, em 1989

Voluntária na Associação Paranaense dos Ostomizados há mais de 30 anos, Neusa Lemes Guimarães Dolci, de 79 anos, permanece atuando no dia a dia da APO. Ileostomizada desde 1984, ela já exerceu vários cargos na diretoria e atualmente ocupa o posto de 2ª conselheira fiscal, além de ajudar nos atendimentos diários aos ostomizados na sede da associação.

Após passar por grandes dificuldades nos primeiros anos pós-cirurgia, principalmente por falta de apoio e de informações capazes de trazer melhor qualidade de vida dentro de sua nova condição, ela nunca deixou de dedicar tempo ao trabalho voluntário para melhorar a vida dos ostomizados paranaenses recém-operados.

Leia a seguir a entrevista do Jornal APO com Neusa Dolci:

Em primeiro lugar, gostaria que a senhora contasse um pouco sobre como conheceu a associação e como tem sido sua atuação no dia a dia da APO desde então.

Neusa Dolci: Eu me operei antes da fundação da APO. A associação foi fundada em 20 de janeiro de 1989, e nessa época eu já tinha feito a cirurgia há alguns anos. O médico que me operou era muito bom e, graças a Deus, deu tudo certo. Mas fiquei um bom tempo sem nenhum apoio. A gente não tinha informação nenhuma sobre como levar essa nova condição de vida. Eu não entendia o que estava acontecendo, e demorou até cair a ficha.

Eu assisti a primeira reunião com o fundador da associação. Não tínhamos sede, a gente fazia as reuniões na Câmara dos Vereadores. Depois que a associação foi criada, tudo melhorou. Ali eu conheci pessoas muito importantes que contribuíram enormemente em minha vida.

Se comparar com aquela época, de uma forma geral tudo é mais fácil hoje. Eu sempre falo para as pessoas que chegam na associação, muitas vezes preocupadas – e claro, é uma preocupação, não é fácil para a gente que passou pela cirurgia –, que hoje tudo é muito mais fácil. Podemos escolher o modelo e a marca dos equipamentos que queremos, temos estomaterapeuta à disposição. Hoje nós estamos no primeiro mundo!

Além disso, estamos bem mais amparados pelas leis, pela tecnologia, pela enfermagem. Hoje, por exemplo, as pessoas têm o luxo de ter estomaterapeutas disponíveis para atender na associação todos os dias, pessoas formadas prontas para atender gratuitamente. Pelo que eu passei, nós estamos no céu! Não tinha informação, não tinha para onde ir.

Sua experiência com o voluntariado contribuiu para seu bem-estar como ostomizada?

Neusa Dolci: Com certeza! Comecei há 30 anos, mas todos os dias continuam sendo maravilhosos. Cada dia que se faz o voluntariado é uma experiência primeiramente para nós, e depois para quem podemos ajudar. Tem pessoas que chegam na associação, e ao conversar com elas conseguimos tranquilizá-las e mostrar que elas vão superar essa fase.

Agora, recentemente, na primeira reunião que tivemos desde o começo da pandemia, eu fiz o cafezinho para os participantes. Isso me fez tão bem. No ano passado, passei por um momento difícil de saúde, aí entraram as questões da pandemia junto. Foi muito difícil, então quando voltei para a associação, pensei: “Ah, meu Deus, estou em casa!”. Como é bom ver de novo as pessoas, estar presente no dia a dia.

Qual é sua expectativa quanto ao futuro da associação?

Neusa Dolci: Pelo que a gente está vendo nesses poucos dias no voluntariado pós-pandemia, é um momento para revolucionar. Estamos vendo novas pessoas chegando, a associação está crescendo, está sendo cada vez mais divulgada e conhecida.

Percebo também que o pessoal está bem motivado, está havendo um movimento em que estamos vendo que o futuro vai ser muito abençoado. O movimento de pessoas está sendo grande, as empresas fabricantes de produtos para ostomia também estão dando um apoio muito grande e, graças a Deus, não está faltando materiais de ostomia para distribuirmos para as pessoas que precisam, isso é muito importante.

Se a gente olhar para trás, por tudo o que a gente ralou, hoje estamos muito bem e a expectativa é de avançar cada vez mais!