Alimentação no inverno

Atenção: Nem todos os alimentos descritos neste texto podem ser ingeridos por todos os ostomizados. Antes de alterar qualquer hábito alimentar, orientamos conversar antes com seu nutricionista. A APO oferece atendimento nutricional gratuito às quintas-feiras (entre 14h e 17h) na sede da associação.

O inverno é um tempo propício para ajustarmos nossa alimentação a dois fatores importantíssimos: o aumento da fome e as condições de saúde respiratória associadas à baixa do sistema imunológico. Mas por que isso acontece? Nos períodos de baixa temperatura nosso organismo gasta mais energia para se manter aquecido, e como forma de compensação e de concentração de macronutrientes, o corpo aciona o desejo por alimentos com maior aporte de gorduras e de açúcares por serem fontes de energia rápida. Sendo assim, não podemos deixar de lado a preocupação com a alimentação ou carregar esse período com carências emocionais, que para muitos justificam o excesso alimentar. O ideal é buscar uma alimentação saudável e se manter em forma sem deixar de viver os prazeres gastronômicos desta época.

Uma boa estratégia para nos aquecer no inverno é a ingestão de alimentos mais quentes e – para quem pode – alimentos picantes. De forma simples, é trocar saladas frias por preparações refogadas, grelhadas ou assadas e usar temperos como coentro, pimenta, cominho, curry, páprica picante, gengibre, cebola e canela: alimentos com propriedades termogênicas, que significam um maior aquecimento e aumento do gasto calórico nas refeições. Feijões e grãos integrais, batatas, sementes e frutas oleaginosas como castanhas, nozes e amêndoas também podem ser muito utilizados neste período! Bebidas quentes, chás, cafés sem açúcar e frutas aquecidas são opções para os lanches no inverno.

O chocolate também é desejado nessa época, mas precisamos nos preocupar com sua composição, que é basicamente açúcar e gorduras. O limite de consumo de chocolate é de 35g (uma barra pequena) e preferencialmente nas versões amargo ou meio amargo. Para o chocolate quente, opte por leite desnatado ou leite de vegetais com o cacau ou chocolate em pó sem adição de açúcar na preparação.

Nos meses de inverno também precisamos ter um cuidado maior com a saúde respiratória, por conta da maior incidência de gripes e resfriados. Para aumentar a atuação do nosso sistema imunológico é imprescindível o consumo de alimentos fonte de vitamina C, pois ela tem a propriedade de ativar e aumentar a capacidade proliferativa das células imunológicas, preparando o organismo para se defender das doenças do inverno. Esses alimentos são encontrados em maior concentração nas frutas frescas, principalmente as cítricas como a laranja, acerola, manga, limão, maracujá, abacaxi, kiwi e morango.

Se você já adquiriu gripe ou resfriado, alguns alimentos auxiliam a diminuir os sintomas. As sopas quentes ajudam a acalmar a garganta, e, com moderação, o sal presente na receita pode diminuir o risco de desidratação em caso de febre. Adicionar alho em maior concentração nas preparações destrói alguns vírus da gripe, além de ser considerado um ótimo antioxidante. A mostarda e a pimenta, que possuem substâncias químicas que dissolvem as secreções e descongestionam as vias aéreas, além de ervas e plantas como salsa, malva, eucalipto, gengibre e guaco são eficazes nos sintomas de dificuldade nasal, irritação, inflamação de garganta e tosses. Esses alimentos podem ser aproveitados na forma de chás, inalações ou gargarejos.

Não menos importantes, a atividade física e o consumo de água neste período aumentam o metabolismo e nos deixam mais dispostos para enfrentar os dias frios. A reorganização da alimentação e os exercícios precisam sempre fazer parte da nossa rotina, em qualquer estação do ano, pois está mais do que comprovado que a união de ambos é necessária para nossa saúde e para todos os processos de envelhecimento saudável.