A importância da Vitamina D

Maísa Nogueira Cruzes
Dermatologista
CRM PR 20.166

Contato com a natureza, ar puro, sono reparador, atividades físicas regulares, alimentação e suplementação adequadas são pré-requisitos para mantermos a saúde física, emocional e mental.

Uma das mais importantes substâncias para o bom funcionamento do organismo humano é a vitamina D. Ela é considerada um hormônio essencial, já que sua deficiência pode ocasionar uma série de complicações. Por auxiliar a regular o sistema imune, essa substância exerce um papel muito importante na prevenção de doenças, incluindo a Covid 19. Sua falta aumenta o risco de doenças autoimunes, problemas cardíacos, osteoporose, câncer e infecções.

O sol é a principal fonte natural de vitamina D.  É por meio da exposição solar que a pele é capaz de produzir essa vitamina. Por isso é importante tomar de 15 a 20 minutos de sol ao dia (Para sintetizar a vitamina D, é preciso se expor por esse período sem protetor solar. Caso fique exposto ao sol após este período destinado a síntese de vitamina D pela pele, sempre aplique filtro solar contra raios ultravioletas (UVA e UVB), no mínimo com fator de proteção 30). Braços e pernas devem estar expostos, pois a quantidade de vitamina D que será obtida é proporcional à quantidade de pele que está exposta

Cerca de 80% das pessoas que vivem nas cidades apresentam carência desta vitamina (o nível sanguíneo mínimo necessário é 40 nanogramas por mL), porque elas passam grandes períodos de tempo em locais fechados e não se expõem ao sol.

Alguns alimentos, especialmente peixes gordurosos (atum, salmão, sardinha), manteiga, ovo, queijo, fígado e leite também são fontes desta substância.

Vale destacar que idosos produzem menos vitamina D devido ao metabolismo relacionado à idade. A quantidade da substância produzida em uma pessoa de 70 anos é, em média, um quarto da que é sintetizada por um jovem de 20 anos. Por isso, é interessante que os idosos conversem com seus médicos sobre a possibilidade de consumir suplementos de vitamina D. Além disto, pessoas obesas, gestantes, pacientes com câncer, doenças autoimunes e afrodescendentes também precisam repor vitamina D em doses maiores.

Porém, o excesso por meio dos suplementos sem a orientação médica pode ser arriscado. Há o risco de ocorrer o aumento do cálcio no sangue, causando pedras nos rins, náusea, vômitos, fraqueza, anorexia, desidratação e quadro agudo insuficiência renal. É muito importante realizar avaliações médicas com regularidade para verificar o nível desta e de outras substâncias igualmente importantes para nossa saúde. Somente o médico poderá calcular qual a dose correta para a suplementação individual.

COMUNICADO: Dia Nacional dos Ostomizados

Como consequência da pandemia, neste ano não serão realizadas as tradicionais atividades do Dia Nacional dos Ostomizados em 16 de novembro.

Da mesma forma o café de encerramento de ano, que ocorre todos os meses de dezembro, será suspenso em 2020.

Quanto às reuniões mensais, a primeira reunião de 2021, em fevereiro, ainda não está confirmada. A diretoria da APO se pronunciará sobre sua realização em janeiro após o recesso de fim de ano.

Cuidados com o estoma após a cirurgia

Após a cirurgia de confecção de uma estomia, podem surgir muitas dúvidas com relação aos cuidados com o estoma. Imediatamente após a cirurgia e em um período de até três meses após sua confecção, o estoma pode estar edemaciado.

O primeiro passo para cuidar do seu estoma é medi-lo adequadamente. Ele pode ser redondo ou ovalado, então você precisa medir sua altura e largura para fazer o recorte adequado do equipamento coletor.

Para a higiene da pele, utilize água morna e sabonete líquido neutro. Limpe a pele ao redor do estoma com suavidade; enxague e seque-a bem antes de adaptar a bolsa. É importante que você consiga visualizar seu estoma ao adaptar o equipamento coletor à pele. Encontre a posição em que se sentir mais confortável para esse momento: sentado, deitado ou em pé. Uma dica é ter sempre um espelho por perto; isso permite enxergar melhor o estoma e as regiões de dobras do abdômen.

Manter a saúde da pele ao redor é fundamental desde o primeiro dia da confecção do seu estoma, e ao longo de todo o tempo em que for necessário o uso do equipamento. Para que sua pele se mantenha sempre saudável, é essencial ter um ajuste correto do equipamento coletor ao redor do estoma, pois isso ajuda na prevenção de vazamentos do efluente (fezes e urina) e promoverá o conforto na utilização do equipamento.

Outro ponto fundamental é a formulação adequada da barreira, atendendo às características da pele e do estoma. Na formulação da barreira, há ingredientes customizados responsáveis pela adesividade, resistência a erosão e absorção. Uma vez que você opte por um equipamento que reúna essas características, tenha a certeza de que sua escolha lhe permitirá uma vida mais leve e confortável durante o tempo em que você estiver estomizado.

Dependendo do seu tipo de estoma, o equipamento coletor deverá permanecer aderido entre três a sete dias. O importante é que, durante o intervalo de troca do equipamento, não ocorram vazamentos de fezes ou urina em sua pele. Se isso ocorrer, pode ser sinal de que o modelo da bolsa coletora não está adequado ao seu tipo de estoma. Então, você precisará do apoio de uma enfermeira estomaterapeuta para ajudá-lo a encontrar um equipamento que se ajuste perfeitamente às suas necessidades.

Entre em contato com a Hollister do Brasil e converse com uma enfermeira através do Programa QualiVida, de suporte à pessoa com estomia, pelo telefone 0800 778 1000 (de seg. a sex., das 8h às 17h), ou escreva para qualivida@hollister.com.br

Pandemia acelera desenvolvimento da telemedicina no Brasil

Por: Gabriel Sestrem

A partir da necessidade de isolamento social para conter a transmissão da Covid-19, desde março pacientes de todo Brasil têm a oportunidade de receber atendimento médico a distância por meio de consultas remotas. Graças à democratização da tecnologia, com mais pessoas tendo acesso a aparelhos de celular e à Internet de maior qualidade, a chamada “telemedicina” já vinha se desenvolvendo em vários países nos últimos anos, e aqui no Brasil também já era discutida por políticos, gestores e instituições de saúde. Mas foi a partir da pandemia do novo coronavírus que a modalidade ganhou impulso para se desenvolver.

Logo após os primeiros casos da Covid-19 no Brasil, o Ministério da Saúde autorizou, por meio da Portaria nº 467 (20 de março), as consultas remotas em caráter temporário e excepcional. Pouco tempo depois, em 16 de abril, o presidente Jair Bolsonaro sancionou a lei 13.989/2020, que autoriza a prática da telemedicina em todas as áreas da saúde enquanto durar a crise.

Com essas medidas, a prática vem se desenvolvendo em todas as regiões do país. Em Curitiba, foi criada uma central de atendimento com médicos da rede pública disponíveis para receber ligações de pessoas com casos suspeitos de Covid-19. Todo o atendimento é prestado a distância – o primeiro contato é feito por telefone e, caso o médico entenda que o paciente precisa de uma análise um pouco mais aprofundada, a pessoa é direcionada ao atendimento por chamada de vídeo. A partir do atendimento por vídeo, se o médico concluir que é necessária a consulta presencial, o paciente é imediatamente encaminhado a uma unidade de saúde. Após passar pela central, a pessoa tem seu quadro monitorado, inclusive com os profissionais de saúde ligando diariamente durante 14 dias para os pacientes a fim de acompanhar seu quadro clínico. De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), a central recebe, em média, 700 ligações diárias, sendo que no início da pandemia essa média chegou a 1.500 ligações por dia.

Para Oksana Volochtchuk, diretora do Departamento de Atenção à Saúde da SMS, a experiência com o teleatendimento tem sido bastante positiva. “Há situações em que apenas por telefone não seria possível avaliar, mas passando à videoconsulta, com o médico olhando para o paciente, conversando e avaliando o estado geral foi possível entender mais a fundo as necessidades dos pacientes. Muitos são encaminhados ao atendimento presencial, enquanto outros, durante as consultas remotas percebemos que se tratava de um quadro mais tranquilo, que poderia ser conduzido na residência do paciente, com o médico prestando todas as orientações. Se não fosse esse atendimento a distância, a pessoa teria ido a uma unidade de saúde e, mesmo não estando contaminada com a Covid-19, estaria em risco”, conta.

Apesar de a central de atendimento da Secretaria Municipal de Saúde atualmente atender apenas pacientes com sintomas respiratórios, Oksana afirma que há estudos para atender outras especialidades por meio das consultas remotas. A diretora também destaca que o teleatendimento deve ganhar força e se desenvolver mais após o término da pandemia. “Há um novo olhar de toda a categoria de saúde. Acredito que isso será discutido amplamente e que as consultas remotas sejam regulamentadas de forma permanente em breve”, afirma.

Para o médico e gestor da SMS, Dr. Homero Luís de Aquino Palma, as consultas remotas vêm apresentando bons resultados e tendo grande aceitação tanto por parte dos pacientes quanto dos profissionais de saúde. “Toda essa difícil situação de pandemia também trouxe algumas coisas boas, e uma delas é a possibilidade desse tipo de interação entre médico e paciente. Tínhamos uma série de restrições quanto à telemedicina, como a impossibilidade de prescrever medicamentos ou emitir atestados a distância, por exemplo. Agora, com a situação da pandemia, isso foi permitido, e tem sido muito positivo para os pacientes e para a prática dos profissionais de saúde”, observa.

Dr. Homero, entretanto, pontua que a consulta a distância não substitui a presencial. “O atendimento remoto é útil principalmente para orientação e também para aqueles pacientes que já conhecemos a história e cujo quadro clínico não tenha tido nenhuma alteração quanto à sua condição física. Porém há situações em que o a consulta presencial é indispensável”, explica.

FUTURO
A princípio a aplicação da telemedicina no Brasil é temporária. A autorização vale enquanto durar a pandemia. Porém, com grande aceitação dos pacientes – tanto da saúde pública quanto privada –, principalmente graças a benefícios como economia de tempo e transporte, e também dos profissionais de saúde, há a expectativa de que as consultas remotas possa permanecer após o encerramento da quarentena.

Atualmente há uma comissão especial do Conselho Federal de Medicina (CFM) discutindo a prática da telemedicina no Brasil. O grupo vem se reunindo desde junho com o objetivo de propor mecanismos que proporcionem a implementação técnica, ética e segura da modalidade. “Existe a expectativa de que após o encerramento da quarentena a telemedicina permaneça. O CFM já vinha desenhando esse processo, que é uma realidade difícil de frear. Acredito que quando a pandemia acabar, teremos o teleatendimento como mais uma ferramenta de cuidado à saúde”, afirma Dr. Homero.