Os planos da diretoria para a associação no próximo mandato

A nova diretoria da APO, que iniciou o mandato em 1º de janeiro, será liderada novamente por Katia Oliveira. Reeleita, a presidente que comandou a associação entre 2023 e 2024 permanecerá à frente da entidade por mais dois anos. 

Em seu primeiro mandato, Katia priorizou a modernização da APO, com foco em maior presença digital. Agora, ela pretende focar esforços em ampliar o diálogo com a Prefeitura de Curitiba, para que os ostomizados atendidos possam usufruir de todos os seus direitos, em especial a entrega adequada das bolsas de ostomia.

Para isso, a presidente contará com uma equipe comprometida com o crescimento da associação e com a garantia dos direitos dos ostomizados. Quem somará esforços na vice-presidência da APO é Lucas Borges de Oliveira, enfermeiro dermatoterapeuta e mestre em Gestão do Cuidado em Enfermagem.

Confira a seguir entrevistas com Katia e Lucas.

Jornal APO: Quais conquistas do mandato anterior a senhora destaca como as mais importantes?

Katia Oliveira: Acredito que foi o aumento da nossa visibilidade e alguns passos na modernização da associação. Isso aconteceu, por exemplo, em relação à nossa presença digital, em especial nas redes sociais, com muito conteúdo educativo.

Também passamos a ter um WhatsApp exclusivo da associação para melhorar a comunicação com os pacientes, e também uma chave Pix para receber doações. Essas são conquistas importantes dos dois últimos anos.

Jornal APO: Que lições aprendidas no último mandato você pretende aplicar na nova gestão?

Katia Oliveira: O que ficou muito forte é que temos que lutar mais pelos nossos direitos. Por mais que nunca tenha sido tão falado sobre estomias, ainda há um longo caminho pela frente. E o desconhecimento prejudica diretamente o acesso a direitos.

Jornal APO: Quais são principais prioridades para este novo período à frente da associação?

Katia Oliveira: Nossa prioridade número um é fazer com que a Prefeitura de Curitiba cumpra a lei e não deixe faltar bolsas, não entregue nada a menos e comece a respeitar mais os ostomizados.

Em paralelo, modernizar mais a associação. Uma das medidas em vista é fazer prontuário dos pacientes – um projeto do mandato antigo que não conseguimos concretizar. Essas são as prioridades ao menos para esse primeiro ano, mas temos outras demandas para 2026.

Jornal APO: Há algum projeto específico que a senhora considera prioritário para melhorar a qualidade de vida dos ostomizados de Curitiba?

Katia Oliveira: Estamos com alguns projetos de grande impacto que acredito que darão mais visibilidade para os ostomizados, e com isso acho que teremos ainda mais voz para cobrar da Prefeitura.    00É muito difícil para quem é ostomizado cobrar os próprios direitos. Já escutei de alguns pacientes que têm medo de cobrar, medo de que parem de entregar. Então realmente o projeto prioritário é o alinhamento com a Prefeitura para resolver esses impasses.

O mais desafiador me parece ser conseguir abertura na Secretaria Municipal de Saúde. Isso atrapalha muito o atendimento. Como associação já lidamos com muitos desafios quanto à distribuição de bolsas, mas me parece que foi ficando pior.

Jornal APO: A associação tem planos para ampliar parcerias com empresas, órgãos públicos ou outras entidades?

Katia Oliveira: Temos planos de ampliar nossa parceria com a Liga Acadêmica de Enfermagem em Estomaterapia (Laenfe-UFPR), o que ajuda a gerar mais canais educativos sobre estomias, e com as empresas fabricantes de produtos para estomias. São parcerias de longa data e muito positivas.

Pretendemos ampliar ainda mais esse leque de parceiros, porque isso ajuda a fomentar o conhecimento sobre a vida com estomia. Quanto mais pessoas souberem que existimos, mais visibilidade teremos e, naturalmente, mais facilmente poderemos cobrar nossos.

Vice-presidente pretende ampliar parcerias da APO com instituições

Jornal APO: O que o motivou a aceitar o desafio de se candidatar a vice-presidente da associação?

Lucas Borges: O que motivou aceitar a vice-presidência é saber que posso melhorar a educação em saúde em pessoas que desconhecem o que é ser estomizado.

Jornal APO: Quais são suas expectativas em relação ao mandato?

Lucas Borges: Espero que consigamos levar a APO para hospitais e espaços públicos de saúde para conhecerem a função e importância da associação na sociedade.

Jornal APO: De que forma sua experiência profissional pode contribuir para o trabalho da associação?

Lucas Borges: Sou enfermeiro há 12 anos e há sete trabalho com pessoas com estomias. Trabalho no Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná (UFPR), que promove ações de educação em saúde para pessoas recém-estomizadas. Quero trabalhar com educação permanente e cuidados com estomias para a população.

Jornal APO: O que você acredita que pode ser feito para melhorar o suporte aos ostomizados e Curitiba?

Lucas Borges: Favorecer o conhecimento das instituições sobre o funcionamento da APO, promover ampliação de atendimentos para pessoas com estomias e trazer a UFPR como campo de estágio para profissionais de saúde conhecerem a APO.