A quarentena tem trazido mudanças na nossa forma de encarar a vida. Isso significa que precisamos reaprender a lidar com diversas situações que já estavam minimamente estabelecidas, como, por exemplo: rotina, trabalho, lazer, relacionamentos, finanças, autocontrole, solidão, dentre muitas outras questões que estão surgindo a cada dia.
Nesse cenário, há muitas pessoas que se deparam com a ociosidade. Mesmo tendo muito tempo livre, sentem-se improdutivas por não conseguirem colocar em prática tudo o que se propuseram a fazer para preencher esse espaço vazio. Independente de qual seja a sua situação, este é um momento de aprendizado.
Um hábito importante que tem ajudado muita gente a lidar melhor com esse momento é a organização da rotina: ter horário para acordar, trabalhar, se alimentar, fazer exercícios físicos, dedicar ao lazer ou simplesmente para desacelerar e ter uma melhor noite de sono. Essa organização é essencial para o bem-estar emocional.
É preciso se organizar sem acrescentar à sua lista de tarefas atividades que possam exigir mais do que o necessário. O que estamos vivenciando não é uma competição de produtividade pessoal, mas um momento único e delicado. Ninguém estava preparado e todos precisam se adaptar respeitando seus próprios limites.
Outro aspecto importante é a autopercepção. Saber identificar mais precisamente o que te faz bem e o que te desagrada traz maior consciência sobre si mesmo. Como consequência, isso irá te organizar e te alertar quanto ao que te deprime, causa ansiedade ou estresse. Busque listar e incluir no dia a dia atividades que, ainda que de forma sutil, tragam satisfação e bem-estar para sua mente.
Você não é uma ilha. Nesse momento busque se relacionar, mesmo que de forma virtual ou por telefone. Saber que você tem um suporte pode trazer mais motivos para manter a mente sã. Lembre-se de que a manutenção dos relacionamentos pode ser diferente e procure novas formas de expressar amor e afeto.
Finalmente, vamos pensar simbolicamente sobre todo esse aprendizado. Suponha que, em relação às suas emoções, você tem sido esticado como um elástico. Parece que você já foi esticado até o seu limite, porém a vida às vezes te estica mais um pouco e, espantosamente, você suporta. Se continuarmos fazendo uma analogia do limite emocional com o elástico, podemos pensar que, depois que o elástico volta ao seu tamanho normal, ele suporta ser esticado com mais facilidade. Isso se chama resiliência.
Por meio de uma perspectiva única, desenvolver essa resiliência o tornará mais forte, flexível e, consequentemente, muito mais preparado para a realidade, seja ela tranquila, atribulada ou até mesmo, em tempos de crise, intensa.