Jamile Beatriz Prestes
Nutricionista Clínica (CRN 9.494)
Cada indivíduo portador de ostomia possui uma relação específica com a alimentação, sendo que alguns possuem uma resistência maior a determinados alimentos ou preparações e outros conseguem se alimentar normalmente. Mas o que escolher? Será que tudo está liberado? Quais os cuidados que preciso ter com minha alimentação?
Como cada pessoa responde ao alimento de uma forma distinta, levantei nesse artigo os principais pontos que precisam ser respeitados quando falamos de alimentação. A hidratação corporal precisa ser constante, respeitando a média de 30-50 ml por kg de peso com uma média de dois a três litros no dia, incluindo água, água de coco e sucos naturais, sem adição de açucares.
A alimentação precisa seguir os mesmos conselhos da população geral, que descreve o fracionamento das refeições em seis vezes ao dia, de forma completa, com todos os grupos alimentares. Além disse, é importante reservar um horário para as refeições para que se possa, com calma, saborear e mastigar lentamente cada porção. Ao experimentar um novo alimento, inclua em seu cardápio um alimento de cada vez, em pequena quantidade e observe a reação que este causará em seu organismo.
É importante também evitar alguns alimentos irritantes como gorduras, frituras, refrigerantes, temperos fortes e alimentos que produzem gases, como ovos, feijão e bebidas gasosas. É necessário observar cuidadosamente o débito na bolsa e observar a consistência eliminada. Evitar alimentos que amolecem demais as fezes, como as verduras e frutas cruas, lentilha, ervilhas, bagaços de laranja etc. e alimentos que provocam distensão como batata, inhame, maçã cozida, banana prata, arroz branco etc. Alguns alimentos produzem cheiro forte nas fezes, como a cebola, alho cru, ovos cozidos, repolho e frutos do mar. Podemos neutralizar esses cheiros oferecendo ao organismo alimentos como a cenoura, chuchu, espinafre, amido de milho, entre outros. Destaco que a restrição alimentar desses produtos varia entre os indivíduos, e por esse motivo é necessário verificar a tolerância do paciente e a resposta a cada alimento.
Consulte seu nutricionista para um detalhamento e um plano alimentar específico a sua realidade. Seguindo corretamente as orientações médicas e nutricionais, a qualidade de vida do paciente é alcançada.