Evento reúne ostomizados de todo o Brasil em Atibaia

Membros da Associação Paranaense dos Ostomizados estiveram presentes no evento

Tendo em vista a comemoração do Dia Nacional dos Ostomizados, celebrado tradicionalmente no dia 16 de novembro, a Coloplast, empresa fabricante de produtos para ostomia, promoveu um evento direcionado a ostomizados de todo o Brasil. O evento ocorreu no dia 23 em Atibaia (SP). Durante todo o dia houveram atividades de lazer e confraternização.

“A iniciativa foi de grande valor para mostrar a todos os ostomizados que podemos, graças a modernidade dos produtos para ostomia ofertados hoje, termos uma vida digna e divertida”, avalia o presidente a APO, Márcio Rogério Zolet. “Agradecemos a iniciativa da Coloplast, que certamente atingiu seu objetivo de unir os ostomizados na sua luta diária por mais dignidade e qualidade de vida para os ostomizados”. completa.

“Muitos de nós deslocaram-se por grandes distâncias para participarem do evento e,
mesmo com as limitações impostas pela ostomia, puderam voltar para casa satisfeitos e com muitas e boas histórias para contar”. (Márcio Rogério Zolet – Presidente APO)

Leia a edição de março/abril do Jornal APO

Para ler a última edição do Jornal APO, clique na imagem ao lado. Confira abaixo o editorial assinado pela presidente da associação, Luiza Helena:

Voltamos a usar esse espaço para falar sobre a eleição da próxima di­retoria. Somos repetitivos, talvez, porém o assunto é de suma impor­tância para os destinos da nossa ins­tituição.

Percebemos o quão é difícil en­contrar pessoas que possam e quei­ram usar seu tempo, dedicação e trabalho de forma espontânea e voluntária. Não as culpamos e nem as recriminamos pois, nos tempos de hoje, as pessoas são obrigadas a bus­car meios de sobrevivência cada vez mais intensa e extensa, impossibili­tando-as dessa dedicação às outras pessoas. No entanto, é nossa obri­gação buscar incessantemente e ur­gentemente, junto aos ostomizados, aqueles que vão nos suceder. Em prol disso, usaremos nossas reuniões mensais para que, em cada uma de­las, surja pelo menos um candidato a compor a nova direção.

Chegaremos, então, até o final do ano com a diretoria praticamente formada. Pedimos a colaboração de todos.

Delegados de conferência municipal aprovam por unanimidade propostas que ampliam os direitos dos ostomizados

A participação da população ostomizada de Curitiba, representada pela presidente da Associação Paranaense dos Ostomizados, Luiza Helena Ferreira Silveira, na III Conferência Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência, não poderia ter sido melhor. Os delegados presentes aprovaram por unanimidade as duas propostas apresentadas.

No evento, ocorrido nos dias 22 e 23 de março em Curitiba, Luiza participou do eixo de Saúde da conferência, que teve como objetivo discutir as novas perspectivas e desafios na implementação da Convenção da ONU sobre os Direitos da Pessoa com Deficiência. A primeira proposta apresentada visava reforçar as orientações a todas as equipes da rede básica de saúde sobre cuidados com os ostomizados, assim como verificar a possibilidade de um Centro Municipal de Urgência Médicas (Cemum).

A proposta também contemplava estabelecer locais de referência para os ostomizados, nas intercorrências nos finais de semana e feriados. A segunda proposta recomendava à Secretaria Municipal de Saúde um trabalho de divulgação junto aos hospitais de Curitiba e Região metropolitana, para que a pessoa ostomizada, no momento da alta, seja informada onde e como conseguir suas bolsas. Após a aprovação integral na conferência, as propostas seguirão para aprovação na Câmara Municipal de Curitiba afim de tornarem-se lei municipal.

Ao final do evento, Luiza também foi eleita delegada para representar os ostomizados do Paraná na Conferência Estadual dos Direitos da Pessoa com Deficiência, que ocorrerá na primeira quinzena de agosto.

Gazeta do Povo publica matéria com presidente da APO

Luiza Helena falou sobre a superação da ostomia a um dos maiores veículos impressos do Paraná.

Confira a matéria na íntegra

11.01.2012
Caderno Saúde (Eu superei)
Bolsas que conseguem devolver a vida Dâmaris ThomaziniNos tempos em que se dedicava às atividades de artesã, com as mãos ocupadas entre as agulhas e linhas de bordado, há 12 anos, Luiza Helena Ferreira Silveira, sabia vagamente o que eram pessoas ostomizadas. Mas a luta contra um câncer fez com que ela se aproximasse desta deficiência e vivesse na pele essa realidade.Os ostomizados são pacientes que passaram por uma cirurgia para a abertura de um orifício (ostoma) no corpo. Esta passagem – de aparência vermelho-vivo como a mucosa da boca – comunica o interior do organismo com o exterior para entrada de ar e de alimentos ou para eliminação de necessidades fisiológicas.

Diagnosticada com câncer no reto aos 44 anos e com risco de a doença se espalhar para os pulmões e o fígado, a artesã foi amputada e perdeu o reto e o sigmóide – parte que liga o intestino grosso ao reto. Desde então, ela passou a conviver com a condição de colostomizada e utiliza a todo o
momento uma bolsa que armazena os dejetos do organismo.O preconceito é o principal problema para os ostomizados, segundo Luiza Helena. “Temos histórias de familiares que discriminam o ostomizado. As pessoas acham que manipulamos os próprios dejetos, o que não é verdade”, diz, lembrando que ninguém está livre de ser portador desta deficiência.

Na época do câncer, sua maior motivação para vencer os desafios de ser portadora de ostomia era poder ver a chegada de seu terceiro neto. “Fiz um pacto com Deus para que Ele, pelo menos, permitisse que eu conhecesse meu neto, nascido depois da cirurgia”, conta Luiza, que é mãe de quatro filhos e avó de cinco netos. “Usar a bolsa para sempre não era o que mais me preocupava: eu queria me curar do câncer e ter chances de viver mais tempo. Nessa situação, você prefere usar uma bolsa a morrer.”

Para viver melhor com a ostomia, Luiza precisou alterar alguns hábitos, principalmente em sua dieta. “Passei a consumir alimentos que prendem o intestino para não passar por situações desagradáveis”, explica ela.

Pessoas nesta situação não têm controle sobre o esfíncter – músculo capaz de controlar a eliminação das necessidades fisiológicas. Assim, o intestino e o sistema urinário funcionam independentes da sua vontade.

Hoje, aos 56 anos, ela ainda se dedica ao bordado, mas divide o tempo com as responsabilidades da presidência da Associação Paranaense de Ostomizados (APO) – instituição que há 21 anos apoia os portadores desta deficiência. “É gratificante ajudar as pessoas a perceberem que elas podem viver melhor mesmo com a ostomia. Esta é uma deficiência não aparente. Se não revelarmos, ninguém sabe que somos ostomizados”, afirma ela.