Ostomia e alimentação

Christiane e Cláudia (Blog Ostomia sem Fronteiras)

Quando ficamos ostomizados, uma das nossas primeiras dúvidas é: como deve ser a alimentação? O que podemos comer?

Então, para ajudá-los darei algumas dicas como nutricionista e ostomizada.
No início, os alimentos devem ser introduzidos gradativamente, sendo dos semi-líquidos aos mais sólidos.
Passada a fase inicial, devemos nos encorajar a seguir uma alimentação normal e saudável, evitando ou omitindo apenas os alimentos em particular que causam problemas, como por exemplo, a diarréia, a constipação e os gases.
Sendo assim, a nossa alimentação deve ser equilibrada, de consistência geral e fracionada em seis refeições ao dia, respeitando sempre o horário para contribuir com a regularidade do funcionamento do intestino. É muito importante nos alimentarmos de 3 em 3 horas, sempre mastigando bem os alimentos para facilitar a digestão e evitar a obstrução da colostomia ou ileostomia.     Lembrar sempre que, quando formos experimentar algum alimento diferente, devemos pegar apenas um pouco, pois não saberemos como nosso organismo irá reagir, e também devemos experimentar um alimento novo de cada vez.
É essencial bebermos de 2,0 a 2,5 litros de água por dia, e ingerir sempre uma quantidade adequada de fibras para o bom funcionamento do intestino.

O que comer?

Sensibilidade a flor da pele

Dermatologista fala sobre problemas de pele freqüentes entre ostomizados

     As dermatites de contato, tanto irritativas quanto alérgicas, e as infecções cutâneas são problemas comuns entre ostomizados. Esta é a visão do dr. Mário Cézar Pires, do departamento de Alergia Dermatológica da Sociedade Brasileira de Dermatologia.
Também o diretor do serviço de dermatologia do hospital Padre Bento, de Guarulhos (credenciado pela SBD), chefe do Setor de Diagnóstico e Terapêutica do Serviço de Dermatologia do Hospital do Servidor Público Estadual de São Paulo, mestre e doutor pelo HSPE, dr. Mário tem, com os ostomizados, a experiência de atendê-los nas intercorrências dermatológicas de pacientes nos hospitais em que trabalha.
Entre pacientes ostomizados, a dermatite de contato alérgica aparece com frequência na rotina do dr. Mário. Segundo ele, este quadro se apresenta através de vesículas – pequenas bolhas -, secreção clara, eriterna, descamação e coceira no local de contato e posteriormente mesmo à distância. Um dos primeiros sintomas é a sensação de coceira.
O especialista explica que a dermatite alérgica se manifesta devido a uma sensibilidade individual a um determinado produto. Segundo ele, ainda não se sabe exatamente por que uma pessoa adquire uma alergia. As dermatites são freqüentes de um modo geral e, dentre elas, destaca-se a irritativa.
A irritação é uma reação não alérgica, provocada por substâncias que agridem a pele de qualquer individuo. Por exemplo, se uma pessoa mexer com um ácido terá uma irritação. Existem os irritantes fracos, como os detergentes. Para uma lavadeira, o contato prolongado trará problemas. É mais ou menos como acontece nos ostomizados: o contato prolongado com irritantes fracos provocará esse quadro. As infecções surgem por contaminação com bactérias da flora da pele ou de outras pessoas, decorrente da infecção hospitalar. O tratamento, segundo ele, tem sido padronizado. “O procedimento usado é feito pela colocação de substâncias causadoras, que devem ser excluídas. Se a reação for irritativa, usamos cremes de barreira. Em infecções, antibióticos tópicos”, ensina.
O teste de contato é feito pela colocação de substâncias que podem provocar alergia no dorso do indivíduo em contensores especiais por 48 horas. Depois é feita uma releitura e, após 96 horas da colocação, é feita a segunda leitura. Se no local houver qualquer sinal de inflamação, o teste é considerado positivo.
O especialista finalmente tem sugestões a fazer aos fabricantes visando o aperfeiçoamento de bolsas coletoras. “O ideal é utilizar materiais o mais hipoalergênico possível, estéril e permeável”, opina.