Na edição de setembro de 2016, o Jornal APO noticiou a dificuldade que muitos ostomizados de Curitiba e região metropolitana estavam passando ao ir até as unidades de saúde para retirar suas bolsas de ostomia e serem surpreendidos com a informação de que não havia bolsas disponíveis.
Seis meses depois, o Jornal APO conversou novamente com a diretoria da associação para saber como anda a situação da falta de material básico para cuidados de ostomia.
1) No dia 3 de agosto a APO elaborou uma comissão para conversar com o secretário municipal de Saúde (na época César Monte Serrat Titon) sobre a dificuldade na obtenção de bolsas por parte dos ostomizados. Desde então, houve mudanças na situação?
DIRETORIA APO: Durante a reunião com o secretário, em agosto do ano passado, foi passado para nós que a situação muito em breve se resolveria. Como isso não aconteceu, a APO elaborou um abaixo-assinado com a assinatura de várias pessoas que vieram até nós reclamando da falta de bolsas. No início de novembro protocolamos esse abaixo-assinado na Secretaria Municipal de Saúde, e em menos de dez dias depois recebemos um retorno oficial do secretário, informando que até o dia 26 de novembro a situação estaria regularizada devido à compra emergencial de material de ostomia.
Isso realmente aconteceu e, por um breve período, a situação foi regularizada. Entretanto, essa compra emergencial aparentemente acabou em pouco tempo, e em janeiro novamente a escassez de bolsas voltou a ser constante.
No primeiro dia de trabalho da APO em 2017, após o recesso de final de ano, quatro pessoas nos procuraram relatando não ter conseguido retirar suas bolsas. Entramos em contato novamente com a Secretaria, que nos passou que ainda está sendo feito processo de licitação.
2) O que os ostomizados estão fazendo ao saber que não há bolsas nas unidades de saúde?
DIRETORIA APO: Vários ostomizados vem até nós e conseguimos ajudar com uma quantia mínima para suprir a falta de bolsas, mas isso tem consumido nosso estoque e as condições da APO nesse quesito estão bastante difíceis. Outros se veem obrigados a comprar suas bolsas, sendo que fornecer gratuitamente o material básico é obrigação do poder público, segundo a Portaria 400, que protege os direitos da pessoa ostomizada.
3) Qual é a orientação da APO para os ostomizados que não estão recebendo suas bolsas?
DIRETORIA APO: Ao entrar em contato com instituições que poderiam vir a nos ajudar legalmente com a situação, fomos orientados a instruir os ostomizados que a primeira ação é entrar em contato com a Ouvidoria de Saúde da Prefeitura de Curitiba (0800 64 400 41). Membros da diretoria da APO tiveram retorno em até três dias. Nesse retorno, foi informado que o processo de licitação está ativo, mas que era possível disponibilizar uma quantia restante da compra emergencial.
De qualquer maneira, entendemos que não é essa a maneira correta de ostomizados terem acesso a um direito que é seu. A APO continua monitorando e buscando formas de solucionar o problema.