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Dermatologista fala sobre problemas de pele freqüentes entre ostomizados
As dermatites de contato, tanto irritativas quanto alérgicas, e as infecções cutâneas são problemas comuns entre ostomizados. Esta é a visão do dr. Mário Cézar Pires, do departamento de Alergia Dermatológica da Sociedade Brasileira de Dermatologia.
Também o diretor do serviço de dermatologia do hospital Padre Bento, de Guarulhos (credenciado pela SBD), chefe do Setor de Diagnóstico e Terapêutica do Serviço de Dermatologia do Hospital do Servidor Público Estadual de São Paulo, mestre e doutor pelo HSPE, dr. Mário tem, com os ostomizados, a experiência de atendê-los nas intercorrências dermatológicas de pacientes nos hospitais em que trabalha.
Entre pacientes ostomizados, a dermatite de contato alérgica aparece com frequência na rotina do dr. Mário. Segundo ele, este quadro se apresenta através de vesículas – pequenas bolhas -, secreção clara, eriterna, descamação e coceira no local de contato e posteriormente mesmo à distância. Um dos primeiros sintomas é a sensação de coceira.
O especialista explica que a dermatite alérgica se manifesta devido a uma sensibilidade individual a um determinado produto. Segundo ele, ainda não se sabe exatamente por que uma pessoa adquire uma alergia. As dermatites são freqüentes de um modo geral e, dentre elas, destaca-se a irritativa.
A irritação é uma reação não alérgica, provocada por substâncias que agridem a pele de qualquer individuo. Por exemplo, se uma pessoa mexer com um ácido terá uma irritação. Existem os irritantes fracos, como os detergentes. Para uma lavadeira, o contato prolongado trará problemas. É mais ou menos como acontece nos ostomizados: o contato prolongado com irritantes fracos provocará esse quadro. As infecções surgem por contaminação com bactérias da flora da pele ou de outras pessoas, decorrente da infecção hospitalar. O tratamento, segundo ele, tem sido padronizado. “O procedimento usado é feito pela colocação de substâncias causadoras, que devem ser excluídas. Se a reação for irritativa, usamos cremes de barreira. Em infecções, antibióticos tópicos”, ensina.
O teste de contato é feito pela colocação de substâncias que podem provocar alergia no dorso do indivíduo em contensores especiais por 48 horas. Depois é feita uma releitura e, após 96 horas da colocação, é feita a segunda leitura. Se no local houver qualquer sinal de inflamação, o teste é considerado positivo.
O especialista finalmente tem sugestões a fazer aos fabricantes visando o aperfeiçoamento de bolsas coletoras. “O ideal é utilizar materiais o mais hipoalergênico possível, estéril e permeável”, opina. |
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