Uma grata coincidência. Assim defino meu primeiro encontro com a Associação Paranaense dos Ostomizados há pouco mais de cinco anos. No segundo semestre de 2010, cursando o sexto período da graduação em Jornalismo, eu e mais três colegas chegamos à APO com a missão de elaborar um trabalho acadêmico, tendo como objetivo criar um plano de comunicação para a associação. Eu, André, Natali e Suzayne (hoje todos jornalistas formados), até então desconhecíamos o que era uma ostomia. Começamos a frequentar a associação sempre que possível buscando conhecer os ostomizados, saber mais como eram as rotinas de atendimento e identificar em quais pontos poderíamos ser úteis.
Identificamos algumas oportunidades de aprimoramento da comunicação da APO com pacientes, profissionais da área de saúde, familiares de ostomizados, empresas, e etc. De todas as ideias que saíram do papel, certamente a principal e mais importante foi o Jornal APO.
Uma ideia simples a princípio se tornou algo também simples. Sendo estudantes, ainda não tínhamos a capacidade de desenvolver algo profissional. E assim se desenrolou a primeira edição do jornal. Quatro páginas impressas em um papel bastante simples com algumas informações sobre o funcionamento da associação. Nada pretencioso. Mas a partir daqueles primeiros exemplares que vi e folheei, percebi o tamanho da importância que o Jornal APO teria dali para frente. Até hoje são cinco anos ininterruptos de circulação do jornal. Além de chegar às mãos de centenas de pessoas bimestralmente, como resultado da publicação a APO já chegou aos mais importantes canais de TV. Atualmente o Jornal APO é um dos principais meios de comunicação entre a associação e os públicos a quem ela atende.
Estar presente na associação durante esses cinco anos e alguns meses representam algumas descobertas que gostaria de compartilhar aqui:
Descobri que poucos profissionais que convivi em todas as empresas que trabalhei até hoje se esforçam tanto quanto os voluntários da APO o fazem no dia a dia sem receber um centavo por isso, mas recebendo como recompensa largos sorrisos imensamente agradecidos.
Descobri que não há dinheiro que pague a assistência que um recém ostomizados recebe ao sair com pouquíssimas esperanças da cirurgia da vida.
Descobri que o atendimento voluntário e extremamente atencioso aos ostomizados não é somente uma atividade de cidadania, mas sim um estilo de vida dedicado a servir quem mais precisa.
Descobri, por fim, que voluntários entregaram a vida se doando para que outras pessoas tivessem condições melhores e mais dignas do que eles.
Meu agradecimento é a todos os que se dedicam nessa corajosa, desafiadora e recompensadora missão de fazer a diferença na vida de quem precisa. Também agradeço a importante parceria com as empresas que patrocinam esse jornal. Tudo exige um custo, e o Jornal APO está longe de ser algo barato de produzir. Por isso empresas extraordinárias como a gráfica Serzegraf, a Convatec, a Hollister e a Coloplast tem se empenhado em permitir que esse trabalho continue.
Por último agradeço à você que lê essas páginas à cada edição. Além dos ostomizados e associados, são também seus familiares e amigos, profissionais de saúde, empresários, políticos e outros ativistas do bem.
Que possamos continuar juntos esse trabalho que começou de forma tão simples, mas que cada dia tem sido aprimorado para levar conhecimento e promover a defesa dos direitos dos ostomizados. Vamos juntos!
Gabriel Sestrem
Jornalista responsável pelo Jornal APO
MTB 9155-PR